Por que fazer terapia?

16 julho, 2025

Uma jornada de volta para si mesmo

Você já parou para pensar em quantas vezes sorriu por fora, enquanto por dentro estava em ruínas? Ou em quantas vezes disse “tá tudo bem”, quando, na verdade, tudo o que você queria era chorar até pegar no sono?

A verdade é que, por trás de cada pessoa que encontramos no dia a dia — no trabalho, na fila do mercado, no trânsito — existe um mundo invisível: uma história, dores antigas, medos silenciosos, traumas guardados a sete chaves, expectativas frustradas, inseguranças que crescem como heras no peito.

A terapia é o espaço onde esse mundo invisível pode, finalmente, ser visto, nomeado e cuidado.

Terapia não é só para quem “está mal”

Existe ainda a ideia equivocada de que só se busca terapia quando se chega ao fundo do poço. Mas a verdade é que a terapia é para todos: para quem está triste, mas também para quem está confuso. Para quem quer entender por que repete certos padrões. Para quem quer se comunicar melhor, se conhecer mais, se perdoar, se reconstruir.

Fazer terapia é um ato de coragem e, sobretudo, de amor-próprio. É decidir olhar com sinceridade para dentro, ainda que doa. É ter um espaço seguro onde você pode ser você por inteiro, sem julgamentos. Um lugar onde suas emoções não são "drama", suas dúvidas não são "exagero" e seu silêncio não precisa ser preenchido às pressas.

Um olhar profissional, mas humano

O terapeuta não vai te dizer o que fazer. Ele não tem todas as respostas — mas vai te ajudar a encontrá-las dentro de você. Com escuta atenta, perguntas potentes e acolhimento genuíno, ele te guia em direção a uma compreensão mais profunda da sua história, dos seus sentimentos, das suas escolhas.

E nessa caminhada, muita coisa pode acontecer: feridas antigas são revisitadas para, finalmente, cicatrizarem. Máscaras caem. Fronteiras são erguidas. E, aos poucos, você começa a se sentir mais inteiro, mais livre, mais consciente.

Os benefícios da terapia vão muito além do que se imagina

Ela pode te ajudar a:

  • Reduzir sintomas de ansiedade e depressão;

  • Melhorar relacionamentos (com os outros e consigo mesmo);

  • Desenvolver autoconhecimento e autoestima;

  • Lidar com perdas, traumas e mudanças de vida;

  • Ampliar a capacidade de tomada de decisão;

  • Construir uma vida com mais propósito e sentido.

E o mais bonito é que, quando você se cuida, você também cuida do mundo à sua volta. Relações se tornam mais saudáveis, limites mais claros, a empatia mais viva. A terapia tem esse efeito dominó: ao se transformar, você inspira transformação.

No fim das contas, fazer terapia é menos sobre consertar o que está “quebrado” e mais sobre se reencontrar com quem você sempre foi — antes das feridas, das pressões, das máscaras.

É sobre aprender a se amar, de novo e de verdade.


 

O que não muda quando tudo muda?

5 fevereiro, 2025

Quando pensamos em mudanças, logo imaginamos um turbilhão de transformações que moldam a nossa vida. São novos cenários, diferentes pessoas, experiências inesperadas, decisões difíceis. A mudança tem o poder de nos fazer sentir desorientados, como se o chão sob nossos pés tivesse desaparecido. Mas, em meio a esse caos, há algo que permanece? O que não muda quando tudo muda?

Ao longo das fases da vida, nos deparamos com desafios que alteram nosso caminho: a perda de um emprego, o fim de um relacionamento, a chegada de um novo ciclo, ou até mesmo as mudanças internas, como uma crise de identidade. É inevitável que nossas circunstâncias externas mudem, às vezes de forma drástica. No entanto, em meio a essas tempestades, algumas essências permanecem.

Uma dessas essências é o nosso núcleo, aquilo que nos faz ser quem somos, os nossos valores mais profundos. Por mais que as circunstâncias nos empurrem para diferentes direções, é a nossa capacidade de sentir, de refletir, de acreditar em algo maior que nos ancora. As mudanças podem trazer medo e ansiedade, mas também revelam resiliência e coragem, qualidades que carregamos internamente e que muitas vezes nem sabemos que temos até que sejam testadas.

Outro aspecto imutável é o poder da conexão humana. Em um mundo que se transforma, onde pessoas entram e saem da nossa vida, a nossa necessidade de nos conectar, de amar e de sermos amados, continua. Isso não muda. Mesmo que as relações se transformem, que os cenários sejam outros, o desejo de pertencer, de encontrar compreensão e apoio, é uma constante que não se altera.

Além disso, existe a nossa capacidade de aprender. A mudança pode ser assustadora, mas também traz um convite para o crescimento. No fundo, somos eternos aprendizes, e essa busca por entender o que nos cerca e a nós mesmos é um fio contínuo que atravessa todas as fases da vida. Quando tudo muda, nossa essência de buscadores permanece intacta, nos guiando na adaptação e no entendimento do novo.

Por fim, o que não muda, em meio a tantas mudanças, é a inevitabilidade de que a vida sempre se movimenta. Ela é um ciclo contínuo de inícios e fins, mas há uma beleza intrínseca nisso: ao mesmo tempo que tudo está mudando, essa própria natureza mutável é, em si, imutável. O fluir da vida, por mais paradoxal que pareça, é o que sempre estará presente. A cada mudança, somos lembrados de que nada é permanente, exceto essa própria dança entre o velho e o novo.

Então, quando tudo muda, o que realmente não muda é o que está profundamente enraizado dentro de nós: nossos valores, nossa capacidade de conexão, nossa sede de aprender e crescer. E, acima de tudo, a certeza de que a vida, com todas as suas impermanências, sempre encontrará uma forma de nos transformar sem jamais perder a sua essência.